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 Transtornos Fóbico-ansiosos(parte 1)

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Edson
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Edson


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MensagemAssunto: Transtornos Fóbico-ansiosos(parte 1)   Transtornos Fóbico-ansiosos(parte 1) Icon_minitimeDom 09 Nov 2008, 17:20

Transtornos Fóbicos-Ansiosos
Incluído em 29/01/2005

Transtornos Fóbico-Ansiosos compõem um grupo de transtornos nos quais uma ansiedade intensa é desencadeada por situações determinadas e que não representam algum perigo real. Por esse motivo estas situações fóbicas são evitadas ou suportadas com muito temor ou angústia. As preocupações da pessoa podem se manifestar com sintomas como palpitações, falta de ar, tremores, extremidades frias, etc, ou uma impressão de desmaio. Freqüentemente este tipo de ansiedade se associa com medo de morrer, de vir a passar muito mal, de perder o autocontrole ou de ficar louco.

Geralmente a simples lembrança ou evocação da situação que causa fobia já é suficiente para desencadear uma ansiedade antecipatória. A Ansiedade Fóbica freqüentemente se associa a uma Depressão.

A diferença entre a Fobia sintoma e o Transtorno Fóbico, deve serconsiderada como a diferença que se faz entre o sintoma e a doença. A Fobia, como sintoma faz parte da alteração do pensamento, aparece como um medo imotivado e patológico, ilógico e especificamente orientado para um determinado objeto ou situação. Normalmente é acompanhada de intensa ansiedade e outros sintomas autossômicos. O Transtorno Fóbico-Ansioso se caracteriza, exatamente, pela prevalência da Fobia, sintoma, entre os demais sintomas de ansiedade, ou seja, um medo anormal, desproporcional e persistente diante de um objeto ou situação específica.
Dentro dos quadros fóbicos-ansiosos destacam-se três tipos (vistos adiante):

1 - Agorafobia;
2 - Fobia Social e;
3 - Fobia Específica.

Em todos os Transtornos Fóbico-Ansiosos pode ocorrer uma ansiedade de antecipação, fazendo com que o quadro ansioso apareça antes mesmo da pessoa deparar-se, de fato, com a situação de medo, ou seja, no caso do indivíduo pressentir a necessidade de se deparar com a situação de sua fobia. Essas situações fóbicas são, freqüentemente, evitadas de forma franca ou dissimulada.

Invariavelmente, até para uma questão de se firmar o diagnóstico, o paciente fóbico deve reconhecer a irracionalidade e o absurdo de seu medo, concorda com a anormalidade de seus sentimentos mas, mesmo assim, percebe-se impotente em combatê-los.

AGORAFOBIA
A característica essencial da Agorafobia é uma Ansiedade que aparece quando a pessoa se encontra em locais ou situações das quais sair dali (escapar) poderia ser difícil ou embaraçoso ou, na maioria das vezes, em situações nas quais um auxílio imediato pode ser difícil, caso a pessoa venha a passar mal.

A sensação de estar em locais de onde sair é difícil, onde possa passar mal sem ser socorrido desenvolve os sintomas da agorafobia.

A Ansiedade agorafóbica pode ser, inclusive, antecipatória, ou seja, aparecer diante da simples possibilidade de ter que enfrentar determinadas situações. Essa Ansiedade antecipatória pode levar ao afastamento (fuga) dessas situações causadoras da fobia. Tais situações podem incluir:

a) - estar sozinho fora de casa ou estar sozinho em casa;
b) - estar em meio a uma multidão;
c) - viajar de automóvel, ônibus ou avião;
d) - estar em uma ponte ou lugar alto.

Alguns indivíduos mais teimosos podem ser capazes de se expor às situações causadoras de Ansiedade agorafóbica, até com o propósito de tentar melhorar pelo enfrentamento intencional, mas acabam sempre experimentando considerável temor. De um modo geral essas pessoas são mais capazes de enfrentar as situações temidas quando acompanhado por alguém de confiança. A esquiva ou fuga dessas situações pode prejudicar, de alguma forma, o desempenho sócio-ocupacional da pessoa.

O DSM-IV recomenda como critérios para o diagnóstico da Agorafobia o seguinte:

1 - Ansiedade por estar em locais ou situações de onde possa ser difícil (ou embaraçoso) escapar ou onde o auxílio pode não estar disponível, na eventualidade de ter um Ataque de Pânico ou de sintomas tipo pânico. Os medos agorafóbicos tipicamente envolvem situações, que incluem: estar fora de casa desacompanhado; estar em meio a uma multidão ou permanecer em uma fila; estar em uma ponte; viajar de ônibus, trem ou automóvel.

2 - As situações capazes de desencadear o medo fóbico são evitadas (por ex., viagens, elevadores, aviões) ou suportadas com acentuado sofrimento, notadamente com severa ansiedade sobre a possibilidade de ter um Ataque de Pânico ou sintomas tipo pânico. Para tais situações os pacientes exigem companhia.

3 - A ansiedade, evitação ou esquiva agorafóbica não é mais bem explicada por um outro transtorno emocional, tais como Fobia Social (por ex., a esquiva se limita a situações sociais pelo medo do embaraço), Fobia Específica (por ex., a esquiva se limita a uma única situação, como elevadores), Transtorno Obsessivo-Compulsivo (por ex., esquiva à sujeira, em alguém com uma obsessão de contaminação), Transtorno de Estresse Pós-Traumático (por ex., esquiva de estímulos associados com um estressor severo) ou Transtorno de Ansiedade de Separação (por ex., esquiva a afastar-se do lar ou de parentes).

O diagnóstico diferencial para se distinguir os quadros de Agorafobia, Fobia Social, Fobia Específica e Transtorno de Ansiedade de Separação pode ser difícil, uma vez que todas essas condições se caracterizam pelo afastamento e evitação de situações específicas. Clinica e terapeuticamente falando, entretanto, tal dificuldade parece não ter a mínima importância, devido ao fato do tratamento médico-psiquiátrico ser, basicamente, o mesmo para todos esses casos.

FOBIA SOCIAL
A Fobia Social está centrada em torno de um medo de expor-se a outras pessoas e tem como conseqüência o afastamento e evitamento sociais. Esse tipo de fobia pode se referir a situações específicas, como comer ou falar em público, ou pode ser mais difusas, envolvendo quase todas as circunstâncias sociais fora do ambiente familiar. Entre as situações fóbicas sociais que resultam em evitação destaca-se o medo de humilhação e embaraço diante de outras pessoas, o medo de comer em público, falar em público, urinar em banheiro público e, muito freqüentemente, de assinar cheques à vista de pessoas estranhas.

Atividades que podem despertar avaliações dos outros sobre a pessoa, tais como, falar em público, escrever diante de pessoas observando, comer em público ou, em casos mais graves, simplesmente estar exposta à observação de muitas pessoas.

Na Fobia Social a exposição à situação social ou de desempenho provoca, quase invariavelmente, uma resposta imediata de ansiedade, a qual pode assumir a forma de um Ataque de Pânico ligado à situação ou predisposto pela situação.

Diretrizes e Critérios de Diagnóstico para Transtorno Fóbico Social:

1- os sintomas psicológicos, comportamentais e autossômicos* devem vir da ansiedade e não secundários à outros quadros mentais;

2- a ansiedade deve ser restrita e/ou predominar em situações sociais;

3- a evitação das situações fóbicas deve ser proeminente;

4- o comportamento de evitação deve interferir nas atividades sociais ou no relacionamento interpessoal;

5- a pessoa reconhece que seu medo é irracional e excessivo.

* - do Sistema Nervoso Autônomo, tais como, palpitações, falta de ar, tremores, extremidades frias, sufocação, mal estar no peito, etc.

O prejuízo na atividade social de pessoas portadoras da Fobia Social pode chegar ao extremo do isolamento. Nas situações sociais ou de desempenho temidas, os indivíduos com Fobia Social experimentam preocupações acerca de embaraço e temem que outros os considerem ansiosos, débeis, "malucos" ou estúpidos. O medo de falar em público pode ser em virtude da preocupação de que os outros percebam o tremor em suas mãos ou voz. Podem ainda experimentar extrema ansiedade ao conversar com outras pessoas pelo medo não saberem se expressar.

Apesar da Fobia Social ter começado a atrair atenção médica e social somente há pouco tempo, acredita-se que ela seja o transtorno de ansiedade mais comum atualmente. A prevalência da Fobia Social no decorrer da vida é de 13,3% e 14,4% em estudos americanos e europeus, respectivamente (Journal of Affective Disorders, 1998; 50: S3-S9). Os sintomas da Fobia Social são crônicos, não desaparecem espontaneamente sem tratamento e acabam sendo invalidantes com o tempo.

O início da Fobia Social ocorre precocemente no curso da vida. A idade mais comum é ao redor dos 15 anos, e 90% dos pacientes iniciam seu quadro antes dos 25 anos (Idem, 1998). As características clínicas que distinguem a Fobia Social de outros transtornos de ansiedade são: início na adolescência (ao redor dos 14 aos 16 anos), incapacitação restrita a situações sociais, enrubescimento facial, precipitação por situações sociais, cognições (interpretações) únicas e distorcidas. Quanto mais precoce for o início, pior o prognóstico. O curso tende a ser crônico e contínuo.


Para referir:
Ballone GJ - Transtornos Fóbicos-Ansiosos, in. PsiqWeb, Internet, disponível em http://www.psiqweb.med.br/, revisto em 2007
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http://www.psiquiatriahoje.com.br
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MensagemAssunto: DSM4   Transtornos Fóbico-ansiosos(parte 1) Icon_minitimeQua 12 maio 2010, 20:54

Olá key maker!

Gostaria de entender melhor a questão do DSM4: Nas aulas tem-se falado em CID10 que é nosso parâmetro brasileiro p/ classificar as doenças. Nos textos fala-se no que o DSM4 recomenda. Oficialmente é usado o CID10 no Brasil, mas os parametros do DSM4 são também, mas não são ao mesmo tempo, é só uma referência, é isso? E O CID10 atende plenamente as demandas?
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